domingo, 24 de fevereiro de 2013

Insipidez

É a palavra que não deixa de martelar na minha cabeça quando penso na perspectiva da minha vida profissional. Por agora, nada mais, nada menos, é mesmo assim que ela se afigura. O P. diz-me que devo voltar a escrever, aproveitar agora estes "tempos mortos" para me dedicar a sério à escrita. Eu sei que ele tem razão mas resisto sempre um bocado e continuo a tentar explorar todas as possibilidades de desenvolvimento profissional. Tenho tudo planificado na minha cabeça, o que quero fazer no futuro, com mais ou menos desvios entre o que é tangível e o que roça o sonho, no entanto... 


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Primeiras impressões

Foi tudo menos agradável. As horas a arrastarem-se, os minutos que pareciam congelados e nem som de tic-tac para acompanhar o bater do coração. Ah, pois... o coração estava como que descompassado, não iria certamente bater certo com o relógio. Estava pequenino, apertado e a empurrar lágrimas que teimavam em cair pelo rosto. Por uns momentos, fechei os olhos e deixei o meu pensamento vaguear. Vi-me deitada na praia da minha infância, num final de tarde, com o sol a acariciar-me a pele e quase jurava ter ouvido o senhor das pipocas, a apregoar as suas pipocas quentinhas. Sorri. A próxima vez que for à praia já será acompanhada pela filhota e só essa perspectiva deixou-me um pouco menos atormentada com a falta de fluidez das horas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Voltar à realidade

Tenho plena noção de como será difícil voltar ao ritmo de trabalho e de vida que tinha antes da chegada da pequena M. 
Estou consciente de que os primeiros dias vão ser difíceis por demais e que, muito provavelmente, vou ter umas vontades incontroláveis de chorar porque não estou com ela e não a posso pegar ao colo sempre que me apetece. Tudo isso já está mais ou menos "encaixado" e estou a preparar-me para tudo correr da forma mais calma possível. 
Mas, de repente, comecei a pensar que tudo parece extremamente difícil agora, mesmo as que parecem mais insignificantes. Ponho-me a pensar: Vou ter de me vestir decentemente e andar devidamente penteada???!?!?!? Vou ter de deixar o meu polar quentinho e as calças pretas enormes e pavorosas mas confortáveis?!!?!?!? Meu Deus, que tragédia! Vou deixar de ver as notícias na televisão dez vezes por dia?!?!?!?!? E agora??!?!!?!? Não posso ficar de pantufas todo o dia??!!! Não, isso não pode ser verdade! Não posso acordar cedinho, espreitar o tempo que faz lá fora e decidir que hoje posso ficar no quentinho de casa todo o dia, simplesmente porque não me apetece sair com frio?!?!?!?!?! 

Vá, digam-me que não é verdade! :-(


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Incompatibilidades

Eu e a configuração...
Neste momento, a coisa que se me afigura mais difícil de executar será configurar este blog como deve ser e dar-lhe um aspecto apresentável. Parece tudo muito fácil, mas não é. Já experimentei mil e um modelos e (muito possivelmente por idiotice da minha parte) não consigo encontrar um adequado ao tema do blog ou que assente na minha ideia de blog. O que eu gostava é que, por artes mágicas, amanhã o blogspot me presenteasse com um fundo assim mesmo 'catita' e uma configuração com aspecto profissional. OK, não custa sonhar. Snif, snif.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Apanhada na rede... ou não.


Ter um blog já não é novidade para mim. Durante alguns anos, mantive um blog que "alimentava" com frequência. Não tinha nada a ver com este novo blog. O estilo era diferente, as vivências também muito diferentes e a expectativa era outra. Na altura, queria porque queria, receber um feedback (de preferência positivo) ao que escrevia. O registo era quase sempre a caminhar para o poético e (demasiado) pessoal. Com o passar do tempo, acabei por ver que a ideia tinha sido tudo menos inteligente. O blog era efectivamente lido por algumas pessoas, tinha seguidores num punhado de países pelo mundo fora, mas os comentários e a reacção ao que eu escrevia por parte algumas pessoas com quem tinha de me relacionar diariamente incomodava-me verdadeiramente. Esse facto acabou por me condicionar e aos poucos abandonei mesmo aquele blog que já me deixava infeliz.
O facto de ter iniciado este novo blog é por demais positivo. Não o divulguei a ninguém, não sinto que tenho qualquer obrigação de o fazer, não faço tenção de seguir uma "linha editorial" assim muito rígida e sinto que ele existe só porque eu tenho vontade de escrever e mais nada.
Portanto, é ou não liberdade?

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Agora percebo-te, Maria do Amparo...


Na minha infância, via e ouvia na televisão o Carlos Alberto Moniz e a Maria do Amparo. Na minha opinião de criança (à altura dos factos), achava que aquele casal cantava sempre com muita paixão e entrega, como se em cada verso colocasse um pouco da sua alma. Depois, deixei de ouvi falar deles. Era criança, não questionei. Entretanto, lá voltei a ouvir e a ver o Carlos Alberto Moniz sempre nas andanças da música, com aquele sorriso aberto e a mesma entrega. Dela não se ouvia falar. 

Há uns anos atrás, vi-a numa entrevista em que explicava que a partir do momento que foi mãe, passou a ser cada vez mais difícil dedicar-se à vida de artista e afastar-se das suas filhotas. Sei que quando ouvi estas palavras me soaram como algo um pouco desesperado e talvez até como um sinal de algum desequilíbrio.

Sei agora que não podia estar mais errada. Percebo-te muito bem, Maria do Amparo. Faltam poucos dias para o meu regresso ao trabalho e estou mais ou menos em pânico. De cada vez que penso no assunto, tenho vontade de correr a abraçar a minha bebé e deixá-la ficar nos meus braços a sentir o coraçãozinho dela bater, o corpinho dela contra o meu peito, o rosto colado ao meu, até ela me perscrutar com os olhos curiosos dela e eu sentir que a devo soltar... mas só um bocadinho. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

De namorados e não só.

Ontem foi Dia dos Namorados e, além de eu não dar grande importância à existência de um dia para a comemoração de uma relação, acabei por reparar que, pela primeira vez, comemorei o dia com o meu namorado. Até aqui tudo seria normal se eu não tivesse já ultrapassado a barreira dos 40! E, se antes eu sentia alguma tristeza pelo facto, resolvi reverter a situação e passar a achar o máximo comemorar agora aos 41 anos pela primeira vez. 
Se me perguntarem como foi possível passar assim mais de duas décadas da minha vida (fazendo assim um cálculo "por cima" desde o primeiro namorado, algures na adolescência), eu não saberei responder com exactidão. Poderei dizer que passei longas temporadas sem namorado (ou alguém que pudesse considerar como tal) e que, quando existia alguém, por artes sabe-se lá de quem, não estávamos juntos neste dia. Diria que foi uma longa sucessão de (in)felizes coincidências. 
Estou com o meu namorado há cerca de dois anos e meio, mas há dois anos estávamos separados por 2000 km e o ano passado por 250 km, portanto a comemoração foi feita noutras datas ou da forma como a distância nos permitia. Não foi certamente por não comemorar o dia de S. Valentim que todas as minhas relações anteriores não resultaram. Acontece que acredito que o Universo conspirava sempre contra mim para eu ir ficando disponível até chegar a vez desta relação que mantenho actualmente. Hoje penso que "we were meant to be together" e vou sempre reforçando essa ideia nos momentos diários em que observo a atenção que ele me dedica ou nos momentos de partilha e de harmonia que vivemos. Sempre que o contemplo sei que sim, que "we were meant to be together", porque se assim não fosse não teríamos conseguido ultrapassar barreiras que pareciam intransponíveis, manter-nos unidos contra todas as expectativas e aguentar dificuldades e dardos de veneno alheio. 
Será um cliché mas a verdade é que comemoramos o tal Dia dos Namorados todos os dias. Talvez porque aprendemos a lição nas anteriores relações e sabemos agora valorizar todos os momentos, não desperdiçamos tempo, tentamos sempre mimar/cuidar do outro e não nos detemos com dias de comemoração impostos. 
Deixo-vos um repto: passar a comemorar hoje, amanhã, depois de amanhã e sempre o dia dos namorados  e nunca considerar o outro como "certo".
  

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Este blog


Não iniciei este blog apenas com o objectivo de publicar textos em que revelo o meu desvelo pela minha pequenita. Se é certo que a maternidade nos condiciona o resto da nossa vida, quer pela dedicação ao filho, quer pela alteração de comportamentos/formas de pensar, também é verdade que essa transformação não será radical ao ponto de passarmos a ser "outras pessoas".

Agora que sou mãe e que passei a ser ainda mais prática e ainda mais pragmática (e eu que pensava que era impossível), continuo a ter os meus ideais e as minhas opiniões sobre o que se passa à minha volta. A justificação para a criação do blog foi essa mesma: exprimir as minhas opiniões sobre os mais variados assuntos do "meu mundo" ao mesmo tempo que aproveito este olhar de ternura que veio apenso à maternidade e resolveu ficar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

... rima com maternidade


Também rima com liberdade, com bondade, com serenidade, fragilidade e sei lá que mais. Até rima com verdade.
Acima de tudo, rima sempre com um novo patamar de maturidade.  Nesse patamar, vamos sempre para além do que se aprende em livros, revistas e compêndios.  Aprendemos a gerir o nosso tempo ao segundo, a cronometrar tudo, a estar sempre atenta a todos os possíveis e eventuais sinais de desarmonias do bebé que transportamos ao colo agora e transportámos no ventre antes. Aperfeiçoamos o nosso já muito refinado sexto sentido.
Maternidade estará em consonância com uma lista enorme de palavras serenas e doces, onde se destacará a aura de amor indiscutível e indescritível pelo(a) nosso(a) filho(a).

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Serendipidade


Serendipidade ou a aptidão de descobrir coisas agradáveis por acaso. Diria que soa a uma boa definição da minha experiência de maternidade.
Ser mãe será mesmo uma experiência única e por muito que se repitam estas palavras, nunca vão ser suficientemente explícitas para definir o estado de maternidade nem nunca abarcarão o fluxo enorme de sentimentos que ora nos embalam, ora nos assoberbam.
Ser mãe pela primeira vez será talvez um superlativo do ror de emoções a que estamos sujeitas. Diria mesmo que ser mãe pela primeira vez, depois dos 40 será tudo isso com uma pitada de serenidade extra.